sábado, 21 de agosto de 2010

Entrelaçada a ti...

Agarrada a ti estou...
És a minha vida indecisa...
Tu que és a mais pura das negras...
Linda, bela e adormecida...
Pego-te e entrelaço-te por entre os dedos...
Fria teimas em desfolhar...
És a que anda nos desertos da vida...
E que corações teimas matar...
És o meu sangue...
És a que me faz sonhar...
E a que sangue fazes derramar...
És tudo o que eu queria para mim...
Vida infindável e misteriosa...
Para sempre te vou recordar,
Como admirável e gloriosa...
Rosa Negra e do deserto...
Faz de mim a tua pedra preciosa..
Faz com que a morte passe por mim...
Lenta e piedosa...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Como viver?


Como viver?
Não sei.
Pois sempre lutei,
Pelo meu sonho
E por aquilo que acreditei...
Continuo a lutar,
Mas como viver?
Não sei.
Sei apenas ler,
Escrever e tentar conhecer
O mundo que me rodeia.
Sei que a vida
É uma luta...
Luta esta que é constante
Para chegar
E ultrapassar
Os tão temíveis obstáculos da vida...
Também sei
Que tudo deve ser
Ultrapassado com um sorriso
E com um sentimento...
Mas nada disso
Nos diz como fazer
Ou como viver...
Logo a esta pergunta
Cada um deve
Responder ou pensar,
Constantemente
Baseando-se naquilo que está a passar...

Consistencia


Olhos brilhantes,
Fartos da dor,
Espelhos do coração
Fartos da lamentação...
Querem olhar em frente,
Mas a barreira da mente
Impede-os de sonhar...
Sinto a vida a falecer,
E a saudade a crescer...
Um coração bate dentro do peito,
Fraco e doloroso,
Já quase não bate nem vive,
Mas continua a lutar...
Em cada obstáculo que encontra,
Tenta, tenta até vencer...
Não desiste de nada nem de ninguém..
Pois é essa força que lhe dá a virtude...
Encostada a uma parede branca,
Um corpo desce até ao chão,
Tristes são as recordações
Quem nascem das memórias passadas...
A força desvanece,
Como o vento cheio de dor,
E fica a vida mais deserta...
A vida só,
Não faz sonhar,
Triste e sozinha,
Torna o norte desvairado,
Ficando assim as portas abertas para o Sul...
Com a vida mal vivida,
Recai sobre o rosto
Todo o medo até agora sentido...
Um sentimento calado
É levado pelas lágrimas
Que ao caírem
São partidas como vidro...
É noite cerrada,
Sou como uma rosa de sangue sobre a rua,
Corro como rios sobre o nada,
E tento viver a vida sobre a amargura..
Na vida,
Vale mais um sorriso de um mero desconhecido
Do que um concelho amigo...
É como se se trata-se de pura ironia,
Mas vejo-o estampado no rosto com alegria...
Este poema não é de amor,
Refere apenas o viver da dor...
E para quem pensa que no fundo já alguma vez bateu..
Lembre-se que ao de cima sempre subiu..
Pois se assim não fosse...
Nunca poderia entender o verdadeira significado da poesia..
Parar de lutar é desistir...
Nós estamos vivos e só por isso devemos ser felizes...
Pois já tivemos coragem de nascer...
Somos considerados vencedores por termos ultrapassado a maior etapa das nossas vidas.

sábado, 7 de agosto de 2010

Salva-me..


Noite sombria,
Onde eu me encontrava sozinha.
Era naquele banco de pedra que te esperava,
Mas tu nunca apareces-te.
Sentia-me triste
Mas acima de tudo tinha esperança que chegasses.
Por favor..
Salva-me deste mundo onde me encontro,
Onde tudo nesta historia parece mágico,
Mas onde tudo é demasiado real.
Não me deixes sozinha.
Vem salvar-me,
Não quero estar sozinha..
Eu gosto de ti e tu não percebes isso..
Será tão complicado de entender??
Temos de viver a nossa história
Em qualquer lado mas longe daqui.
Não me deixes chorar..
Não pares de me amar..
Por favor vem para junto de mim,
Torna-me a princesa do teu mundo
E não vás embora sem que eu vá contigo.
Eu estarei sempre aqui à tua espera,
Sei que tu sempre o saberás..
Eu amo-te..
E afinal de tudo,
É isso a única coisa que importa..

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Sonhar para nunca alcançar..


A analogia do tempo
É como um círculo vicioso,
Tudo o que vai, regressa.
Como uma sombra no céu,
Na falácia da vida
Para sempre nos seguirá.

Pois através da vida
E através da morte,
O maior segredo a guardar
É o de como conseguir sobreviver.

Nós meros seres humanos
Quando nos aparece uma ideia nova
Aparece sempre com um mar de perguntas.
Mas eu,
Que sonho sobre o tempo inexistente
E por baixo da Lua adormecida,
Apenas me questiono com um
Porque não?

Porque estamos sempre fajardos de medo,
Porque somos tão inseguros
Em tudo aquilo que sonhamos
E nunca alcançámos?

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Momento


E ali estava ela..
Debaixo da chuva fria e da noite cerrada, completamente sozinha.
No meio da estrada de pedra, que à muito existia, caminhava com pequenos passos como quem tem medo de sonhar.
Vestia apenas um vestido branco como a neve e usava os cabelos soltos e rebeldes como se sentia agora no meio daquele temporal a caminhar como se estivesse apenas perdida..
E estava de facto estava, perdida no meio de um labirinto cuja saída não iria avistar tão depressa.
Foi então que sentiu aquele toque que apesar de quente trazia magia consigo. Sentiu ser puxada para o vulto negro que tinha aparecido por detrás de si...

- Estás perdida na noite?

Perguntou a pessoa que estava por detrás do capote que se tinha erguido ao ar.
Ariel olhou para ele, pois tinha reconhecido a voz e parando de chorar sorriu.

-É impressão minha ou dos teus olhos estavam a nascer gotas de orvalho?

Ariel não conseguia responder, continuava a sorrir e a olhar para ele com um certo brilho nos olhos.
Por fim, avistaram uma pequena casa feita de madeira, à muito abandonada, e correram para ela.

-Vamos para dentro, acenderei uma pequena fogueira e lá poderemos pernoitar e manter-nos quentes.

Os olhos dele brilhavam tal como os dela. Era notória a nostalgia que os envolvia, e a atracção que os unia.
Num acto sem pensar, Ariel beija o homem que a tinha ajudado e levado até aquela pequena casa. No seu beijo notava-se o sentimento que ela detinha por ele.
Com algumas manobras de mãos, a roupa molhada foi caindo aos poucos para o chão e por entre fugazes beijos, dois corpos iam-se tornando cada vez mais próximos um do outro.
As mãos de cada um puxavam o corpo do outro com grande desejo, os corpos quentes e levados pelo clima começavam agora a transpirar..
Sorrisos de felicidade e gemidos de prazer era o que marcava aquele momento em que a madeira que estava na lareira ardia com grande intensidade, mas que mesmo assim não conseguia igualar a chama que os dois corações que agora estavam próximos um do outro transportava.
As horas passaram-se e os dois jovens cansados acabaram por adormecer nos braços um do outro como se de um casal se trata-se.
De manhã quando Ariel acordou, apenas restava um bilhete no local onde o individuo-o esteve deitado a seu lado. Bilhete esse que continha a seguinte mensagem:
"- Adorei o nosso momento de ontem. Com amor, um beijo"

Ariel sentia-se feliz. Tinha passado a noite com quem mais amava e aquele bilhete dar-lhe-ia a esperança que um dia voltaria a acontecer.
Vestiu-se com cuidado, ajeitou os cabelos com as pontas dos dedos e saio daquela casa onde uma grande recordação da sua entrega de corpo e alma ficaria gravada para sempre.
Seguiu então pelo caminho de pedra com um sorriso nos lábios e com aquele momento guardado no coração.

Ser livre..


Um certo brilho,
Um sorriso ardente,
Um toque suave...
É assim que te descrevo,
Perfeito anjo desconhecido.

Singelo,
Vejo a alegria no olhar.
Doce,
Ouço as palavras que declamas.
Protector,
É o teu toque quando me seguras.

Eu,
Mero ser selvagem
Que gosta apenas de voar..

Ah... Quem me dera pousar nas tuas mãos,
Sem medo que me vás tomar..

Sou um ser,
Sem pensar..
Sou a vida,
Que te faz sonhar..

Profunda tristeza...


Chorei, chorei,
Até que me magoei.
Chorei tanto tempo
E com tanta força
Que dos meus olhos sangue derramou...

A dor era profunda,
O desespero intenso,
a vontade de desistir...
Era ainda maior...

E eu???

Chorei, chorei,
Até que me magoei...

Passaram-se dias,
Meses, ou talvez anos..
Sempre emergida na tristeza,
Na diferença de ser quem sou...

E o que sou???

Apenas uma sombra escondida,
Que faz crescer a ilusão...

Nunca olhei para mim,
Com a esperança de mudar
Pois nunca acreditei,
Que o mundo me poderia ajudar.

E agora???

Chorarei, chorarei,
Até que alguém me venha buscar
A este canto escuro,
Onde me quis instalar...

Até lá...

Chorarei, chorarei,
Até sangue já não ter para derramar...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Descoberta


À dias descobri o que é a saudade..
Foi horrível, desolador..
Fiquei sem saber o que fazer..
Como agir e como me revelar..

Perdi-te e resta-me agora muito pouco tempo para nunca mais voltares..
Amei-te mas não dei valor à tua companhia e acabei por chorar..

Amor..Amor..
Mas, afinal, o que queres tu de nós
Que por mais que tentamos nunca iremos passar de meros seres..
Que erram, amam e no fim sofrem..

Quando partiste senti aquele nó que se instala no peito,
Aquele vazio que só no intimo do nosso coração sentimos..

Mas o que estarei eu a dizer..
Se agora que te tenho a saudade perdura..
A vontade de estar contigo continua..
Isto é amor..
Mas antes de tudo, é a verdadeira saudade..

E foi assim que descobri que apesar do gelo,
tenho no coração aquilo que chamam de sentimentos..

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Borboleta azul


Como uma borboleta...
vou batendo as asas e voando...
São asas de cristal...
finas e preciosas...
São asas translucidas...
de ceda e gelo...
Não se consegue descrever...
São apenas umas asas mágicas que batem e levitam um pequeno corpo...
aquela borboleta rasga os céus tal como o vento...
é tão bela como o sol...
Veloz como o vento...
Nua como a noite...
e triste como as lágrimas...

É infeliz mas livre...
E para mal de si é bela...
É cobiçada...
É subtil...
E não lhe falta nada...
Ela quer ser apenas ela...

Sobre o céu esconde-se...
Sobre o nevoeiro voa...
No mar acalma-se...
E à chuva chora...

É a borboleta azul...
A que tem medo de alcançar...