quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Consistencia


Olhos brilhantes,
Fartos da dor,
Espelhos do coração
Fartos da lamentação...
Querem olhar em frente,
Mas a barreira da mente
Impede-os de sonhar...
Sinto a vida a falecer,
E a saudade a crescer...
Um coração bate dentro do peito,
Fraco e doloroso,
Já quase não bate nem vive,
Mas continua a lutar...
Em cada obstáculo que encontra,
Tenta, tenta até vencer...
Não desiste de nada nem de ninguém..
Pois é essa força que lhe dá a virtude...
Encostada a uma parede branca,
Um corpo desce até ao chão,
Tristes são as recordações
Quem nascem das memórias passadas...
A força desvanece,
Como o vento cheio de dor,
E fica a vida mais deserta...
A vida só,
Não faz sonhar,
Triste e sozinha,
Torna o norte desvairado,
Ficando assim as portas abertas para o Sul...
Com a vida mal vivida,
Recai sobre o rosto
Todo o medo até agora sentido...
Um sentimento calado
É levado pelas lágrimas
Que ao caírem
São partidas como vidro...
É noite cerrada,
Sou como uma rosa de sangue sobre a rua,
Corro como rios sobre o nada,
E tento viver a vida sobre a amargura..
Na vida,
Vale mais um sorriso de um mero desconhecido
Do que um concelho amigo...
É como se se trata-se de pura ironia,
Mas vejo-o estampado no rosto com alegria...
Este poema não é de amor,
Refere apenas o viver da dor...
E para quem pensa que no fundo já alguma vez bateu..
Lembre-se que ao de cima sempre subiu..
Pois se assim não fosse...
Nunca poderia entender o verdadeira significado da poesia..
Parar de lutar é desistir...
Nós estamos vivos e só por isso devemos ser felizes...
Pois já tivemos coragem de nascer...
Somos considerados vencedores por termos ultrapassado a maior etapa das nossas vidas.

1 comentário:

  1. Este poema é a arte de uma vida!
    Dos melhores poemas que os meus olhos desvendaram.
    Abraço :)

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